Porque é que bocejo tanto e fico com os olhos a lacrimejar? Causas e soluções práticas
Já lhe aconteceu que, ao bocejar, os olhos começam a lacrimejar sem que esteja triste? Trata-se de uma reação comum, mas quando ocorre com frequência, pode levantar algumas dúvidas. Em Portugal, muitas pessoas procuram na internet respostas para a pergunta: "porque bocejo tanto e me lacrimejam os olhos?", especialmente quando isto acontece fora do contexto de sono ou emoção.

Este artigo ajudá-lo-á a compreender, de forma clara, as causas mais frequentes desta combinação de sintomas. Iremos abordar desde o funcionamento fisiológico dos olhos e dos músculos faciais, até aos possíveis sinais de alerta que podem justificar uma avaliação por parte de um especialista.
Porque é que é comum bocejar e lacrimejar ao mesmo tempo?
O ato de bocejar está mais ligado à fisiologia do que ao tédio. Trata-se de uma resposta automática do organismo, que envolve a abertura ampla da boca, uma inspiração profunda e a ativação de vários músculos faciais, especialmente os que se encontram à volta dos olhos.
Quando estes músculos se contraem, em particular o músculo orbicular do olho, podem exercer pressão sobre as glândulas lacrimais, estimulando a libertação de lágrimas de forma reflexa.
Isto explica porque é que muitas pessoas bocejam e lacrimejam ao mesmo tempo, mesmo sem qualquer componente emocional.
Além disso, durante o bocejo, há uma leve alteração na respiração e na tensão dos músculos da face, o que também contribui para este ligeiro aumento da produção de lágrimas.
É um fenómeno normal e, na maioria dos casos, não está associado a nenhuma condição patológica.
Qual é a ligação entre bocejar e lacrimejar?
A ligação entre o bocejo e o lacrimejar não é casual. Ambos os fenómenos são controlados, em parte, pelo sistema nervoso parassimpático, responsável por regular funções involuntárias como a salivação, a digestão… e também a secreção lacrimal.
Quando bocejamos, ativa-se o nervo facial (VII par craniano), que, para além de mobilizar os músculos da expressão facial, estimula indiretamente as glândulas lacrimais. Isto pode desencadear uma libertação breve de lágrimas, mesmo sem estarmos tristes ou com os olhos irritados.
Além disso, a abertura exagerada da boca e o esticamento dos músculos próximos ao canal lacrimal pode exercer pressão sobre os canais lacrimais, provocando a saída momentânea de lágrimas acumuladas ou produzidas pelo próprio reflexo do bocejo.
Causas frequentes do bocejo excessivo
O bocejo nem sempre está associado ao sono. Existem múltiplas causas por detrás deste ato reflexo que podem explicar porque ocorre de forma mais intensa ou frequente em algumas pessoas.
Fadiga visual
Passar horas em frente ao computador, ler sem pausas ou utilizar dispositivos móveis de forma prolongada pode causar fadiga ocular.
Este tipo de cansaço não só provoca desconforto, como também ativa respostas automáticas do organismo, como o bocejo e a produção de lágrimas. Trata-se de uma forma de tentar relaxar os músculos oculares e lubrificar a superfície do olho, que se seca facilmente com a falta de pestanejamento diante dos ecrãs.
Os sintomas mais comuns incluem visão turva temporária, sensação de areia nos olhos, dificuldade em focar e, naturalmente, lacrimejar inesperado. Quando estes sinais surgem de forma recorrente, é aconselhável avaliar como e durante quanto tempo está a ser utilizada a visão de forma intensiva.
Em pessoas mais velhas, este efeito tende a ser mais acentuado, pois os olhos tornam-se mais sensíveis com a idade.
Falta de oxigénio
O bocejo excessivo pode também ser uma resposta do corpo a uma leve hipoxia, ou seja, uma diminuição dos níveis de oxigénio no sangue. Este mecanismo automático visa aumentar a entrada de ar nos pulmões, de modo a oxigenar melhor o cérebro e outros tecidos.
Quando isto acontece, o lacrimejar pode acompanhar o bocejo devido à ativação de vários músculos faciais. Em ambientes pouco ventilados, durante longos períodos sem atividade física ou em situações de stress, é mais comum notar este tipo de reação.
Embora, em geral, não represente um problema grave, se o bocejo excessivo ocorrer juntamente com sonolência intensa ou tonturas, pode indicar alguma alteração no descanso noturno, como apneia do sono, ou problemas na oxigenação durante o dia.
Manter-se hidratado e fazer pausas para respirar ar fresco pode ajudar a aliviar estes episódios.
Sonolência
A sonolência é uma das causas mais comuns do bocejo constante acompanhado de olhos lacrimejantes. Quando o corpo entra num estado de fadiga, o sistema nervoso central activa certos reflexos, como o bocejo, para nos manter despertos por mais alguns segundos.
Este reflexo tende a provocar uma contração dos músculos faciais que rodeiam os olhos, estimulando as glândulas lacrimais. Por isso, ao bocejar em momentos de cansaço extremo — como no final do dia ou após uma noite de sono insuficiente — é frequente surgirem lágrimas involuntárias.
Dormir menos do que o necessário ou não alcançar um sono reparador pode levar a que estes episódios se repitam ao longo do dia. As pessoas que trabalham por turnos ou passam muitas horas em frente a ecrãs tendem a experienciar este fenómeno com maior frequência.
Nesses casos, optimizar o descanso nocturno e cuidar da higiene do sono pode reduzir significativamente tanto o bocejo excessivo como o lacrimejar ocular.
Stress
O stress tem um impacto directo em várias funções do corpo, incluindo os reflexos oculares e respiratórios. Embora nem sempre esteja associado ao bocejo, é um factor desencadeante comum em pessoas que vivem com ansiedade ou tensão acumulada.
Em estados de stress crónico, o corpo entra numa fase de hipervigilância e, como resposta fisiológica, ocorrem bocejos frequentes como forma de autorregulação do sistema nervoso. Este mecanismo também pode implicar lacrimejamento ocular, uma vez que são activadas as mesmas vias nervosas responsáveis pela secreção lacrimal.
Além disso, a tensão muscular associada ao stress — especialmente na zona cervical e facial — pode exercer pressão sobre estruturas próximas do sistema ocular, favorecendo o lacrimejar.
Identificar o stress como causa destes sintomas é útil para evitar diagnósticos errados. Técnicas como pausas activas, exercícios de respiração e uma melhor gestão do tempo podem ajudar a controlar o bocejo excessivo provocado por ansiedade e a hipersecreção lacrimal.
Conselhos para reduzir o lacrimejar e o bocejo constante
Quando o acto de bocejar e lacrimejar simultaneamente se torna habitual, adoptar medidas simples na rotina diária pode fazer uma diferença real. Aqui deixamos recomendações práticas e fáceis de aplicar:
Higiene visual
Manter uma boa higiene ocular é essencial. Evite tocar nos olhos com as mãos sujas, limpe as secreções ao acordar com compressas estéreis e não partilhe produtos como maquilhagem ou colírios. Estas práticas reduzem a irritação e a necessidade de lacrimejar.
Humidificação do ambiente
O ar seco, sobretudo em interiores com aquecimento ou ar condicionado, pode irritar os olhos e provocar bocejos reflexos devido à falta de lubrificação. Utilizar humidificadores ou colocar recipientes com água junto aos radiadores ajuda a manter uma humidade adequada no ambiente.
Utilização de lágrimas artificiais
Se passa muitas horas em frente a ecrãs ou em ambientes secos, é aconselhável utilizar lágrimas artificiais para manter os olhos devidamente hidratados.
Na nossa loja online poderá encontrar diferentes opções de lágrimas artificiais, adequadas tanto para utilização pontual como regular.
Pausas visuais
Fazer pausas visuais a cada 20 minutos ajuda a reduzir a fadiga ocular, uma das principais causas do bocejo repetitivo. Siga a regra 20-20-20: a cada 20 minutos, olhe para um ponto a 20 pés (cerca de 6 metros) de distância durante, pelo menos, 20 segundos.
Todas estas recomendações podem ser aplicadas sem necessidade de acompanhamento médico. No entanto, se os sintomas persistirem, o ideal é consultar um especialista.
Quando consultar um especialista em saúde ocular
Embora bocejar frequentemente e lacrimejar possa ser um fenómeno normal em determinadas situações, é importante saber quando esses sintomas justificam uma avaliação profissional. Nem todo lacrimejamento é inofensivo e, nalguns casos, pode ser sinal de um problema que ultrapassa a simples fadiga ocular.
Se notar que o bocejo excessivo surge acompanhado de outros sintomas — como visão turva, dor ocular, vermelhidão persistente — ou se o lacrimejamento ocorrer sem qualquer estímulo aparente (sem vento, sem emoção), recomenda-se marcar consulta com um óptico-optometrista ou oftalmologista. Estes profissionais poderão excluir causas mais complexas, como infecções, alterações neurológicas ou disfunções nas glândulas lacrimais.
Em pessoas com condições como síndrome do olho seco, alergias ou até apneia do sono, estes episódios também podem estar associados a comorbilidades que devem ser tratadas de forma integrada.
A avaliação precoce pode evitar que uma condição ocular ligeira evolua para algo mais grave.
Em resumo, se os sintomas mudarem, se agravarem ou interferirem com o seu quotidiano, não os ignore. A saúde ocular requer atenção contínua e especializada.
O cuidado ocular diário faz a diferença
O que faz todos os dias para cuidar dos seus olhos tem um impacto direto no seu bem-estar. Pequenos gestos, como manter-se bem hidratado, dormir o suficiente e usar lágrimas artificiais quando necessário, podem evitar incómodos como o lacrimejar ao bocejar ou a sensação de olhos cansados.
Se trabalha em frente a um ecrã, lembre-se de seguir a regra dos 20-20-20: a cada 20 minutos, olhe para algo a 20 pés (cerca de 6 metros) de distância durante 20 segundos. Esta pausa simples ajuda a reduzir o cansaço ocular acumulado.
Também é recomendável manter um ambiente visual saudável: boa iluminação, ecrãs limpos e filtros de luz azul podem fazer toda a diferença. E não se esqueça de verificar a sua graduação pelo menos uma vez por ano, caso utilize óculos ou lentes de contacto.
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Cuide dos seus olhos hoje para que continuem saudáveis amanhã.